As derrotas raramente são individuais no futebol. Mas o peso dos erros é maior em determinadas posições como a de guarda-redes. Um tem muito peso num resultado, dois...
O Benfica não perdeu na Madeira só por causa de Roberto. Perdeu porque Bracalli fez uma defesa fabulosa a cabeceamento de Saviola e depois outra a livre de Carlos Martins, porque Gaitán atirou ao lado e Cardozo por cima, por algumas decisões erradas ou precipitações que aconteceram antes dos dois erros do guarda-redes espanhol.
Tudo isso é verdade. Mas também o é que esta é a fronteira. E Jorge Jesus, que até fez bem em dar tempo ao ex-jogador do Atlético de Madrid na expectativa da sua consolidação mental, não tem mais margem de manobra. Como qualquer líder, há que tomar decisões difíceis e esta é essa altura. Por muito que se ache que Roberto não seja um caso perdido e eu tenho também algumas dúvidas que o seja.
Parece evidente que os dirigentes têm de esquecer rapidamente o dinheiro que pagaram pelo reforço e defender a equipa. Apostar na recuperação dos índices de um grupo que foi campeão nacional com todo o mérito. O caminho está a ficar curto e a distância ameaça alongar-se rapidamente.
Ao longo dos últimos anos, houve sempre a tentação de optar por um guarda-redes mais técnico e mais elegante (Moreira, Moretto, Butt e Júlio César) em vez de um menos ortodoxo mas eficaz (Quim). De todas as vezes, o menos ortodoxo acabou por segurar, mais tarde ou mais cedo, o lugar. Percebo a ideia, mas para ficar com um saldo positivo um guarda-redes não pode só fazer as defesas difíceis. Tem também de agarrar as bolas fáceis.
MaisFutebol
Um texto com um fundo de verdade.
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